domingo, 30 de novembro de 2008

Erotica

Eres hermosa
Con senos cansados
Y la voz sexy

Disfrute en sus muslos gruesos
Si bien suave caricia sus nalgas
Acaracio su clítoris
Mientras que gozas en mí

Usted está provocando
Surround

Su cuello es un puerto de placer
Sus labios son el sabor del pecado
Me gusta las manzanas de tu cara

Perdóname, Dios
Cuando pienso en Espanhola


(Rodrigo Vaz)

Filo-sofia

Quem sou eu?
Para onde vou?
De onde venho?
O que faço aqui?
Clama por resposta a consciência do pré-socrático

Esta natureza é sem idade e sem velhice - brada Hipólito
Tudo surgiu da água, do infinito ou do ar? - Tales, Anaximandro ou Anaxímeres?
Água, terra, fogo e ar - me revela Empédocles

O que é eterno neste mundo?
Os números são as verdades eternas, Pitágoras!
Tudo nasce, se transforma e se dissolve, me dizia Heráclito
Nada muda, a mudança é uma ilusão - conserta Parmênides
Tudo sempre existiu e sempre existirá - interpela Melisso

A razão que tenho é como penso as coisas
Não! Não! Isso é o próprio ser das coisas!

O mundo não é mais que uma representação
Tomando consciência de mim mesmo, experiencio minhas vontades e paixões
O mundo concreto é fruto do mundo das Idéias, isto é Platônico?
Não existe um outro mundo além deste que vivemos - esbraveja meu superego aristotélico
O ser-aí, o ser-no-mundo, ser-a-cada-momento ou de-cada-vez de Heidegger
Estou condenado a ser livre, Em Si e Para Si, conforme Sartre

O que me resta é tomar a taça de cicuta
Boa Noite!!!

Ah, e antes que me esqueça
Duvide de tudo isso...



(Rodrigo Vaz)

sábado, 22 de novembro de 2008

Sangue de Barata (Secos & Molhados)

Sentado no sofá
Comendo cornflake
Assistindo tv
Por puro deleite
Vem a noticia
De que policia
Prendera um ladrão
-desses com fome
Que dorme no chão
Ou em pé na prisão
Há quem diga até
Que é por falta de fé
Que rouba e que mata
Nascido da lata do lixo
Considerado um bicho


Assim com ele
Comendo cornflake
Sentado assistindo
Vivendo e morrendo
Por puro deleite
Vem a certeza
Que a nobreza
Perdera a cabeça
-dessas barrocas
Que de tão ôcas
Se salvam poucas
Há quem diga até
Que é por meio da fé
Que rouba e contrata
Nascido aristocrata
Com sangue de barata

Rondó do Capitão (Secos & Molhados)

bão balalão
senhor capitão
tirai este peso
do meu coração
não é de tristeza
não é de aflição
é so esperança
senhor capitão
a leve esperança
a aerea esperança...
aerea pois não!
--peso mais pesado
não existe não
ah! livrai-me dele
senhor capitão

Metereologia

A lua prenuncia que a noite vai ser boa
Branca com tons amarelados
Indica que os apaixonados irão se beijar
E as dores de cotovelo acabarão num bar

As estrelas circula no céu
A cadente passa e esbanja seu véu
Avisando que algo vai acontecer
De repente... Puft!!!

O mar se descortina maestralmente sobre a areia
Uma onda de sonhos vai chegar
Conflitos também irão de surgir


Assustado, olho as nuvens
Elas confirmam tudo
Desenhando em tons cinza-claros
Os apaixonados, eu e você...
A dor de cotovelo e os conflitos...

Caio na areia:
Amanhã será um novo dia!

(Rodrigo Vaz)

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Foraclusão

Hoje eu não sinto nada
O dia está verde-claro
As nuvens estão brancas
Como sempre
É tudo tão igual

A menina que passa
A dona do boteco que grita
O bêbado que me pára querendo conversar

Hoje eu não sinto nada
Nem tuas mãos, nem teus olhos
As borboletas voam
O galo canta
O cachorro late
É tudo tão igual

Hoje eu não sinto nada
A vida em tons pastéis
As folhas amareladas
O vômito, e a barriga vazia


Hoje, só por hoje
Eu te prometo não sentir nada

(Rodrigo Vaz)

domingo, 2 de novembro de 2008

Êeee Maíraaa, Êeee Maíra

Era bonita e tinha olhos de jabuticaba

Olhava para mim com um olhar ingênuo
Pedia abrigo, pedia carinho
Era um gatinho abandonado

Era bonita e tinha olhos de jabuticaba

Olhava para mim furiosa
Seu sangue fervia, seu olhar fustigava
Era uma abelha assanhada

Era bonita e tinha olhos de jabuticaba

Nem olhava para mim, só eu a olhava
Tinha pernas bonitas e uma voz sensual
Era a menina que amava

Era bonita e tinha olhos de jabuticaba

(Rodrigo Vaz)

Anunciação

É no batuque dos tambores
É no canto da cotovia
Que algo se anuncia

Liberta-me da brancura
Preenche os espaços vazios
Cubra com carinho este corpo nu com frio

Olha aquela árvore
Olha aquele sol
Vê essa lua

Brancos, índios, negros
Miscigenados, mamelucados
Homens e mulheres, seres humanos


Ansiosos, os humanos se ajuntam
Estão atentos, expectativos
Um mousse de carne e osso

Agora tá tão calor!
Me esquenta um pouco
Um carinho é tão bão!


Tudo está pronto!
Os seres humanos se ajuntam
Atentos, expectativos
Ansiosos, são carne e osso

Apocalipse

Fotografias do dia-a-dia
Caras & Caretas
Perco-me pensando em "nada
Enquanto os outros assistem teu espetáculo

Cambalhotas na rua
Me dá o último beijo...
E o último abraço...
São tantos mártires
Que eu nem sei quem sou
O último gole de café
A última dose de conhaque
O último sorriso genial

(Rodrigo Vaz)