sábado, 25 de setembro de 2010

Isa Paula escreveu esse sussuro e me enviou, então resolvi compartilhar com vocês que me visitam...

"a nossa casa estaria cercada de música, poesia e de um querer que é real
já percebia, ela, a preciosidade precisa das pessoas
percebia um sorriso singelo, sem gelo, mas não decifrava o que acontecia
o que acontece, realmente, sem mentira, na realidade ou no planos das ideias

na realidade, realidade, temos uma ideia vaga
nos apropriamos do que os outros pensam de nós
pensamos o que pensam, pensou?
nos construímos através do que os outros pensam de nós
e o que pensam é expressado nesses sorrisos misteriosos e nos olhares confusos

vejo, agora, que a realidade não é tão real assim
é suposição, sem posição
hipótese, sem tese"

domingo, 19 de setembro de 2010

24 versos

Acorda e toma café
Abre a janela
Vento sopra
Bate a porta
Rua deserta
Sol na cara
Mochila nas costas
Pensamento na noite anterior
Aula chata
Flexões na praça
Verborragias nos corredores
Sua prece é dita em silêncio


Colheres de arroz e feijão
Rápidos passos ao estágio
Mais uma tarde de encontros
Merecidamente humanos
Tensões à flor da pele
O ônibus carrega o peso das mentes cansadas
Exaustas de ignorar tal peso
Mais-valia de mais-valia
Encaminhamentos dados
Pulo no corrimão da noite que balança
E sou embalado por ele a noite toda
Pareço tomar um suco de laranja bem docinho

(rodrigo vaz)

sábado, 18 de setembro de 2010

Aos que me visitam

Peço que sempre passem por aqui
Abram a janela
Lhes dou a permissão

Sentem sobre os acentos
Bebam dos sentimentos postos na mesa
Arrumem uma toalha, se quiserem
E se envolvam sobre ela

Depois disso
Tomem umas xícaras de café
Ou chá de cogumelos, se preferirem

(rodrigo vaz)

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Doce mente porno gráfico

Desejo uma contemplação púbica
E, claro, meter o dedo quando possível
E pôr todos os pingos nos "i"s

Sinto-me como Dom Quixote ao delirar pela sua Dulcinéia
Sigo a procissão que te acompanha
E ensaio gramaticalmente o encontro com teu busto

Durmo sonhando com a dança dos corpos que um dia poderíamos ter
E as formas geométricas fazem parte dessa elaboração onírica
Mas não busco resolver equação matemática alguma
Pois, neste momento quase nirvânico, o somatório dois mais dois é impossível

Na frente do espelho, de chapéu côco, eu fumo meu cigarrinho
Enquanto te observo retirar o sutiã
Como num quadro de Vettriano

(rodrigo vaz)

sábado, 11 de setembro de 2010

Bons Meninos


Sentiam o mundo de um jeito diferente
Saudavam as rosas, os poetas e as moças que passavam
Enquanto bebiam vinho

Degustavam corações
Atiravam flechas musicais pelo caminho
Não seguiam cartilha alguma
Eram únicos

Deliciosamente bons meninos!

Na virada da torre

Chegou feito menina querendo doce
Estendeu a mão
E me lançou naquela dança

Diante daquela fumaça
A noite demonstrou que estava ainda mais faminta
Que além de doces, ela queria travessuras

Persistiu a madrugada
Que cortejada por muitos
Preferiu a mim como súdito real

Em poucos instantes a manhã será anunciada
Um longo tapete de raios solares invadem meu mundo Real
É 11 de setembro de 2010... Aplaudam!

Hoje é aniversário das torres gêmeas...

(rodrigo vaz)

domingo, 5 de setembro de 2010

DMT


Os circuitos entram em erupção
Vulcanicamente
As lavas ferventes sucumbem a experiência de viver
Outra intensidade

Pareço não sentir meus pés
As mãos tocam nas paredes do túnel pelo qual entrei
São vários os afluentes
Inúmeras cores me dizem onde não estou
Onde não sou

Ao dobrar a esquina
Percebo que já estive lá
Ou apenas foi um sonho

A viagem continua
O verbo insiste em me avisar

Parado no meio-fio desta passarela
Uma luz incide sob meu rosto
Penso que sou um segundo sol
Demasiadamente Munido de Transversais

(rodrigo vaz)

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Lampejo de brisa

Acordou que nem flor de laranjeira
Exalava o perfume mais cálido e calmante
Meu bem, de você eu fazia um chá!

Acordou como Sol
Rainha-mãe me esclarecendo o horizonte
Por você eu virava mar

Acordou ainda maiS Ativa
Cheirava a erva proibida
Na cantina pediu: caldo de cana e um bis

(rodrigo vaz)