Acuados pelo silêncio da coruja
Eles esperavam que a Lua fizesse sua prece
E que a estrela de Belém, naquela noite, fizesse sentido
Trazendo mirra e tudo mais que fosse bom
Acuados na esquina da madrugada
Eles juntavam os cacos de seus sonhos
E confessavam seus desejos mais íntimos
Para que a compreensão não fosse apenas a chave de tudo
E criticavam uns aos outros
Ao passo que dançavam ao som abafado do vento noturno
Tremiam e oravam em segredo
Para que nenhum outro corpo os roubasse de si mesmos
Naquele instante, eles eram a manjedoura um do outro
(rodrigo vaz)
sábado, 25 de dezembro de 2010
quarta-feira, 22 de dezembro de 2010
Não sacrificarei mais as renas
sábado, 11 de dezembro de 2010
O batismo
Me amarraram no corredor
Ao pé da escada que leva ao sótão
A transfusão que fizeram me dopou
Recolheram todos os sonhos
Que nasceram no chão do meu jardim de acácias
Não pinto mais quadros
Colorir a vida já me é tão comum
Ser comum é carbonizar-se em floresta seca
Sem bicho, sem árvore, sem mim
Foi então que olhei para A Noite Estrelada
E neste instante, neste exato instante fugaz
Eu entendei que ser humano é fazer dos tropeços da vida vasos para colocar flores
Rompi as cordas
E mirei Os Dozes Girassóis numa Jarra
Quem é louco, eu ou o Van Gogh?
Silêncio...
Só o vento faz sua prece
Acompanho seu rosário
E oro por todos os malditos
(rodrigo vaz)
Ao pé da escada que leva ao sótão
A transfusão que fizeram me dopou
Recolheram todos os sonhos
Que nasceram no chão do meu jardim de acácias
Não pinto mais quadros
Colorir a vida já me é tão comum
Ser comum é carbonizar-se em floresta seca
Sem bicho, sem árvore, sem mim
Foi então que olhei para A Noite Estrelada
E neste instante, neste exato instante fugaz
Eu entendei que ser humano é fazer dos tropeços da vida vasos para colocar flores
Rompi as cordas
E mirei Os Dozes Girassóis numa Jarra
Quem é louco, eu ou o Van Gogh?
Silêncio...
Só o vento faz sua prece
Acompanho seu rosário
E oro por todos os malditos
(rodrigo vaz)
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
Adoravéis mambembes
O seu sol nascia no mesmo lugar que o de uma
A sua lua enchia do mesmo modo que a da outra
Essas deduções astrais os confortavam
Diante da profusão de eventos demasiadamente humanos que os uniam
E assim não-saciados de sede e fome de desejo
Eles alucinavam na estação
Esperando um trem que sempre cruzasse com seus destinos
(rodrigo vaz)
A sua lua enchia do mesmo modo que a da outra
Essas deduções astrais os confortavam
Diante da profusão de eventos demasiadamente humanos que os uniam
E assim não-saciados de sede e fome de desejo
Eles alucinavam na estação
Esperando um trem que sempre cruzasse com seus destinos
(rodrigo vaz)
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