terça-feira, 4 de maio de 2010

Isto não é uma poesia de amor

Parecia trazer consigo toda a colheita de girassóis
Do último verão
Entregava para cada amante uma pétala
Para mim só sobravam as sementes
Sementes de girassóis!

Causava frisson por onde passava
Todos caiam aos seus pés
Pedidos de clemência era suplicados
Por que não olhas para estes mortais?
Só versos de Florbela Espanca a entretiam

No inverno, quando a neve cai
E a ampulheta do tempo traz o traço efêmero da vida
Ela incorpora Cleópatra
Convoca seus súditos
E os amarra aos seus pés

(Rodrigo Vaz)

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