terça-feira, 3 de novembro de 2009

Gatos pardos e cães que ladrem

E hoje ele acordou
Tomou café
Comeu um pão
Passou a noite remoendo o agora

E hoje ele acordou
Não tinha pão
Apenas um café ralo
Passou a noite latejando o instante

Durante o dia, um expele golfadas
O outro vomita tortuosos pensamentos
Fluidos e fugazes
Humanos

À noite, um pula
O outro espanta
Um desatina
O outro escapa

Retilíneos, seguem em linha reta
Linha do destino que parece traçada
Apanhados por ela, um aplaude
O outro simplesmente apanha

Na seta que aponta: o estupor
Disperso, renego, nêgo
Bruto que ecoa latidos
Pertubando o sono dos justos

(Rodrigo Vaz)

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