Todo dia eu passava em frente aquela janela
Só pra vê-la
Timidamente eu erguia meu chapéu
E a cumprimentava
Ela respondia com um sorriso, não menos tímido
Era contida
Devia ser filha única
Ou então teria sido criada pelos avós
Contemplava as paisagens que adentravam a janela da sua casa
Deveria ter o sonho de ser arquiteta
Que nem Deus
Ou então ter asas
Grandes asas
Que permitissem vê o que haveria por trás daquelas montanhas
Certo dia, não encontrei mais aquela menina
Voltei no outro dia
E no outro, e no outro...
Mas nenhum sinal daquele frágil corpo esgueirado sob a janela
Fiquei pensando:
Será que ela se perdeu na floresta?
Foi então que o sol escureceu a minha visão
Caminhei ao horizonte
(rodrigo vaz)
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