domingo, 11 de julho de 2010

Menina na janela

Todo dia eu passava em frente aquela janela
Só pra vê-la

Timidamente eu erguia meu chapéu
E a cumprimentava
Ela respondia com um sorriso, não menos tímido

Era contida
Devia ser filha única
Ou então teria sido criada pelos avós

Contemplava as paisagens que adentravam a janela da sua casa
Deveria ter o sonho de ser arquiteta
Que nem Deus
Ou então ter asas
Grandes asas
Que permitissem vê o que haveria por trás daquelas montanhas

Certo dia, não encontrei mais aquela menina
Voltei no outro dia
E no outro, e no outro...
Mas nenhum sinal daquele frágil corpo esgueirado sob a janela

Fiquei pensando:
Será que ela se perdeu na floresta?

Foi então que o sol escureceu a minha visão
Caminhei ao horizonte

(rodrigo vaz)

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