sábado, 11 de dezembro de 2010

O batismo

Me amarraram no corredor
Ao pé da escada que leva ao sótão
A transfusão que fizeram me dopou
Recolheram todos os sonhos
Que nasceram no chão do meu jardim de acácias

Não pinto mais quadros
Colorir a vida já me é tão comum
Ser comum é carbonizar-se em floresta seca
Sem bicho, sem árvore, sem mim

Foi então que olhei para A Noite Estrelada
E neste instante, neste exato instante fugaz
Eu entendei que ser humano é fazer dos tropeços da vida vasos para colocar flores

Rompi as cordas
E mirei Os Dozes Girassóis numa Jarra
Quem é louco, eu ou o Van Gogh?

Silêncio...
Só o vento faz sua prece
Acompanho seu rosário
E oro por todos os malditos

(rodrigo vaz)

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