sábado, 25 de dezembro de 2010

Eles e eu no meio do mundo

Acuados pelo silêncio da coruja
Eles esperavam que a Lua fizesse sua prece
E que a estrela de Belém, naquela noite, fizesse sentido
Trazendo mirra e tudo mais que fosse bom

Acuados na esquina da madrugada
Eles juntavam os cacos de seus sonhos
E confessavam seus desejos mais íntimos
Para que a compreensão não fosse apenas a chave de tudo

E criticavam uns aos outros
Ao passo que dançavam ao som abafado do vento noturno
Tremiam e oravam em segredo
Para que nenhum outro corpo os roubasse de si mesmos

Naquele instante, eles eram a manjedoura um do outro

(rodrigo vaz)

Um comentário:

Matheus de Castro Macêdo disse...

Gostei demais dissso aqui!
Parabéns!
E obrigado pela visita ao Memórias!
Abraços