quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Je ne comprends pas

Sou um paradoxo. Habitam em mim todas as contradições do humano. Sensível, frio e calculista. Poeta e psicólogo. Estou condenado a exercer escolhas influenciadas por meus desejos. Não tive escolha. Me sinto intenso quando me aproximo do gozo da minha mais tola fantasia, mas basta o mínimo impasse para que o meu complexo de "meleca universal" tome as rédeas das minhas tentativas de encontrar um caminho. Dogmatizo a enigmática idéia de descobrir a mim mesmo. Rogo que uma cigana jogue cartas para mim e me diga um destino bom, pois fujo dos problemas. Me tranco no banheiro e choro escondido. Sozinho. Estar sozinho é quando o universo se cala para nos escutar. Quando é manhã, ponho uma fantasia e saio as ruas. Risco o chão com as gotas do choro anterior. São o meu orvalho. Flor taciturna numa tarde enevoada. Cacto desejando alimentar algum animal. Por fim, penso estar numa MATRIX. Minto. Acordei cedo hoje.

(rodrigo vaz)

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