quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

E se desse tempo da roupa secar...


No meu varal estão postos gravetos
São finos e dotados de um solipsismo triunfal

Em noites de inverno
Quando a Lua me devora o Édipo
A chuva molha as gotas de silêncio
Produzindo estalos na bigorna dos transeuntes
Quando é primavera, acompanho o desabrochar das sibipirunas
Amarelas como os reflexos de Sol que entram sem permissão

Recebo visitas
Duendes e violetas cortejam o meu jardim
Comem do meu suor e bebem do meu silêncio
Partem alguns instantes antes da carruagem chegar
Por vezes, esquecem alguns sapatinhos
Noutras, me deixam com a cara da abóbora

Há coisas e pessoas que nos rasgam, sem piedade

(rodrigo vaz)

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